Apesar dos acenos, governo dos EUA volta a atacar o Brasil

 
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29 de setembro de 2025
 

Prezadas leitoras, caros leitores —

Duas mulheres com histórias diferentes, em países diferentes, mas com pelo menos uma coisa em comum: uma grande vontade de conversar, sem amarras ou pudores, sobre os mais variados assuntos.

Flávia Tavares, editora-chefe do Meio, e Pietra Príncipe, multiartista, se encontram semanalmente, às quintas-feiras, para uma conversa livre, inteligente e surpreendente no Dou-lhe Duas, novo programa disponível no YouTube, em podcast e, sem anúncios, no streaming.

Confira, deixe seus comentários e participe de mais esse diálogo que o Meio promove.

Os editores.

Apesar dos acenos, governo dos EUA volta a atacar o Brasil

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Foto: Mandel Ngan/AFP

Os últimos dias foram marcados por incertezas sobre se, de fato, o presidente americano Donald Trump e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva irão se encontrar ou ao menos conversar numa tentativa de distender as tensões que têm marcado a relação entre os dois países nos últimos meses. Ainda sem data, formato ou temas definidos, a reaproximação entre Lula e Trump hoje parece mais distante do que há uma semana, quando os dois se encontraram por intensos 39 segundos, de acordo com o presidente americano, nos bastidores da Assembleia Geral das Nações Unidas. Diplomatas brasileiros defendem que, antes de um encontro formal, Lula e Trump conversem por telefone ou videoconferência, numa tentativa de minimizar os riscos de que algo não saia como o esperado devido ao temperamento intempestivo do presidente americano. Neste domingo, mais uma vez, funcionários do alto escalão do governo americano deram provas de que a relação entre Washington e Brasília parece longe de estar pacificada. Howard Lutnick, o secretário de Comércio dos Estados Unidos, disse que as relações com o Brasil precisam de "um conserto". O secretário ainda colocou o Brasil — junto com Índia e Suíça — em uma lista de países que prejudicam os Estados Unidos. (g1)

O presidente
brasileiro não fez muito caso das declarações do secretário de Comércio americano. Usou o domingo ensolarado para fazer uma caminhada em homenagem aos 95 anos do Ministério da Educação (MEC) e aproveitou para mais uma vez levantar sua bandeira da hora: a soberania brasileira. "Essa é a caminhada da soberania educacional do Brasil", disse o presidente, que demonstrou boa forma ao fazer o percurso de 3 km em 31 minutos, alternando pequenos trotes com caminhada. (CNN Brasil)

Enquanto segue em atrito com o Brasil, o governo americano tenta estreitar os laços com a Argentina de Javier Milei e usar o país para frear o avanço chinês na América do Sul. O afastamento da superpotência asiática seria uma das condicionantes impostas por Washington para liberar uma nova linha de empréstimo de US$ 20 bilhões a fim de resgatar a Argentina de mais uma crise cambial que ameaça quebrar o país. A Casa Rosada negou que haja condicionantes para o empréstimo, mas interlocutores próximos a Milei confirmaram que equipes técnicas dos dois países vão se reunir para definir as formas de implementação da ajuda. (Globo)

Para ler com calma. O primeiro ano de governo Trump tem sido marcado também pela maneira agressiva com que tem usado o peso militar e econômico dos Estados Unidos para redefinir a relação com a América Latina, numa ofensiva sem paralelo desde a Guerra Fria. O movimento mistura tarifas, sanções e ataques aéreos contra adversários, enquanto aliados recebem pacotes de ajuda e promessas de cooperação. A estratégia, apelidada por analistas de "Doutrina Donroe", ecoa a lógica do antigo "quintal americano", agora moldada pelos objetivos centrais de Trump: frear a imigração, conter o tráfico de drogas e enfrentar a crescente influência chinesa na região. Presidentes afinados com o discurso trumpista, como Milei e Nayib Bukele, de El Salvador, foram recebidos com entusiasmo e fecharam acordos rápidos. Já líderes como Lula, Nicolás Maduro, na Venezuela, e Gustavo Petro, na Colômbia, enfrentam ataques duros e crescente isolamento diplomático. (Wall Street Journal)

Bye Bye Dudu

Spacca

O ministro Edson Fachin assume nesta tarde a presidência do Supremo Tribunal Federal. Será a primeira vez que ele comandará a Corte desde sua indicação, em 2015. Discreto e conciliador, Fachin pretende reforçar a ideia de autocontenção do tribunal e reduzir as tensões, buscando afastar o STF da arena política. Para fortalecer a instituição, planeja ampliar a transparência e a previsibilidade da pauta de julgamentos, além de promover almoços periódicos com os 11 ministros para facilitar consensos. Entre suas prioridades também estão a proteção de grupos minoritários, o incentivo à inclusão e a cooperação com outras instituições de fiscalização. (Folha)

Já o presidente de saída, o ministro Luís Roberto Barroso, disse que considera adequado tratar os crimes de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito como um só no julgamento dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. A medida, segundo ele, permitiria reduzir as penas de condenados que não participaram do planejamento ou do financiamento dos atos, os chamados "bagrinhos". "Dois anos ou dois anos e meio de prisão seriam suficientes para quem não arquitetou nem financiou o plano", afirmou em entrevista à GloboNews. Atualmente, muitos réus estão sendo condenados pelos dois crimes, além de dano ao patrimônio, o que tem elevado as penas para mais de 14 anos. (g1)

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Energia da Evolução

A inteligência artificial já faz parte do cotidiano de pessoas e empresas, o que faz aumentar a demanda por energia. Dados recentes mostram crescimento anual de 4,3% no consumo de eletricidade em 2024, e a previsão é que esse ritmo se mantenha até 2027, com parte significativa vindo de economias emergentes, como o Brasil. O boom energético provocado pela IA e o novo padrão de vida necessitam de investimentos em transmissão, ligação de novos centros de dados e adaptação de redes extensas. O petróleo e o gás natural continuam sendo centrais nesse processo. Nos últimos anos, a inovação no setor de óleo e gás desponta como um pilar indispensável para a indústria. Um dos desafios centrais é estruturar a evolução energética para que a transição seja justa, sustentável e segura. (Além da Superfície)

Meio em vídeo. Quando usamos algum chatbot de IA, seja para fazer perguntas, pesquisas, entender contextos ou pedir conselhos, tudo passa por um caminho que não enxergamos, mas acontece toda vez que alguém pergunta qualquer coisa para uma Inteligência. Pedro Doria explica tudo no novo episódio de Energia em Movimento, nova série de vídeos em parceria com o IBP. (YouTube)

A Embraer vai intensificar os estudos sobre o uso de combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês) 100% renovável e sem mistura com derivados fósseis. O combustível será usado para testes de compatibilidade com materiais não metálicos presentes nos aviões da empresa. Os resultados vão ajudar na avaliação dos impactos técnicos e a contribuir com o debate público sobre a adoção do biocombustível na aviação. O SAF tem potencial para reduzir em até 80% as emissões de carbono em comparação ao combustível tradicional. A companhia pretende obter a certificação necessária para operar com 100% SAF até 2030. (Poder360)

Viver

Um ataque a tiros durante um culto de uma igreja mórmon deixou quatro mortos e oito feridos neste domingo na cidade de Grand Blanc, no estado do Michigan. Entre os mortos está o suspeito, um homem de 40 anos, residente de uma cidade vizinha, segundo a polícia local. As autoridades afirmaram que o atirador passou de carro pela entrada da igreja antes de sair armado com um fuzil e abrir fogo contra os fiéis e iniciar um incêndio. Segundo a polícia, não há indícios de outros envolvidos no ataque, cuja causa ainda é desconhecida. (UOL)

O Brasil já realizou 19,8 mil transplantes este ano, segundo dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Foram 14,9 mil cirurgias só no primeiro semestre, maior número da série histórica, iniciada em 2014, e 21% acima do registrado no mesmo período de 2022, quando foram retomados os procedimentos após a pandemia de covid. No ano passado, o país já havia batido o recorde histórico, ao ultrapassar os 30 mil procedimentos pelo SUS, 18% a mais que em 2022. Apesar das marcas positivas, mais de 80 mil pessoas ainda aguardam por um órgão no Brasil. (Folha)

Enquanto Donald Trump associa o autismo a vacinas e ao paracetamol, o governo dos Estados Unidos anunciou US$ 50 milhões para pesquisas sobre o tema. Cientistas temiam que os recursos fossem direcionados a estudos alinhados às teses do presidente, já refutadas pela comunidade científica. No entanto, os Institutos Nacionais de Saúde (NIH), principal agência pública de fomento à pesquisa no país, selecionaram 13 projetos que seguirão padrões rigorosos de investigação. As pesquisas vão examinar como fatores genéticos e ambientais — incluindo nutrição, qualidade do ar e da água, espaço verde, pobreza e intervenções na primeira infância — interagem para determinar o risco de desenvolvimento do transtorno. (New York Times)

Meio em vídeo. Formar uma linha de quatro defensores e marcar por zona são ações tão naturalizadas no futebol que muita gente imagina que elas sempre existiram. Ledo engano. Como quase tudo no futebol, esse esquema tem vários pais, mas os locais e data de nascimento são bastante precisos. Ao longo da década de 1950, diferentes equipes de Brasil e Hungria passaram do WM (ou suas variações, como a diagonal) para a linha de quatro, adotando a marcação por zona. O Meio de Campo reconstrói essa história até a Copa de 1958, em que o Brasil triunfou surpreendendo o mundo com esse esquema. (YouTube)

Cultura

Em celebração aos 80 anos que Gal Costa completaria na última sexta-feira, uma série de lançamentos ocorreram no fim de semana. Os discos Bem Bom (1985), Lua de Mel Como o Diabo Gosta (1987) e Gal (1992), que eram de difícil acesso, chegaram ao streaming pela gravadora Sony, enquanto a compilação Gal 80, com 15 sucessos da artista, foi disponibilizada pela Universal Music. Além do single triplo lançado pela gravadora Biscoito Fino na sexta-feira, começou a pré-venda da edição comemorativa de dez anos do álbum Estratosférica, em que Gal canta músicas escritas sob encomenda por nomes como Marcelo Camelo, Tom Zé, Céu e João Donato. Ainda tem duas biografias sendo escritas: uma por Thallys Braga, em produção há dois anos, e outra por Guilherme Amado, prevista para lançamento em 2027. (Folha)

A continuação de A Rede Social, intitulada The Social Reckoning, chegará aos cinemas em 9 de outubro de 2026, anunciou a Sony Pictures na sexta-feira. Astro da série Succession, Jeremy Strong foi confirmado para interpretar o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg. O elenco de peso conta ainda com a vencedora do Oscar de melhor atriz Mikey Madison e Jeremy Allen White, vencedor do Globo de Ouro e do Emmy. O novo longa será escrito e dirigido por Aaron Sorkin, que venceu o Oscar de melhor roteiro adaptado com A Rede Social. O novo filme foca em eventos ocorridos quase duas décadas depois que Zuckerberg e seu grupo inventaram o que viria a se tornar a maior rede social do mundo. (Variety)

No Diálogos com a Inteligência, Christian Lynch recebe Geraldo Carneiro, poeta, letrista, roteirista e imortal da Academia Brasileira de Letras, para uma conversa descontraída e profunda sobre o fazer poético e o papel da arte na vida contemporânea. Geraldo compartilha reflexões sobre a criação artística, a memória, a poesia como forma de conhecimento e o lugar do poeta no mundo de hoje. Diálogos com a Inteligência é uma parceria da Insight, editora da revista Insight Inteligência, com o Meio. (YouTube)

Cotidiano Digital

A Meta anunciou na última sexta-feira que oferecerá uma opção de assinatura sem anúncios para usuários do Facebook e Instagram no Reino Unido nas próximas semanas. Os britânicos poderão escolher pagar uma taxa mensal ou continuar usando os serviços gratuitamente com publicidade direcionada, modelo que tem sido contestado por reguladores europeus. As assinaturas serão lançadas com valores de 2,99 libras mensais para a versão web e 3,99 libras para iOS e Android. O público pagante não verá anúncios e seus dados não serão usados para fins publicitários. Os negócios de anúncios da Meta foram responsáveis por cerca de 98% de sua receita de US$ 164,5 bilhões no ano passado. (Reuters)

A Coreia do Sul começou sua maior ofensiva até agora na corrida global por inteligência artificial . Para enfrentar gigantes do setor, como OpenAI e Google, o governo de Seul anunciou um investimento de US$ 390 milhões em cinco empresas locais, encarregadas de desenvolver modelos de linguagem alinhados ao idioma e à cultura coreana. A cada seis meses, o desempenho das empresas será avaliado. As que não acompanharem o ritmo saem do projeto. No fim, apenas duas seguirão liderando a agenda nacional de IA. Entenda o plano sul-coreano para disputar a liderança global em IA. (TechCrunch)

Enquanto a Câmara se perde no fisiologismo, o Senado volta a vestir a fantasia de "adulto na sala" e assume o papel de contrapeso institucional. Na Edição de Sábado, Giullia Chechia mostra como a Casa Alta resgata essa liturgia — da CPI da pandemia às travas em manobras políticas — e agora deixa o peso da bomba no colo dos deputados. Leia aqui.

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