| | 4 de abril de 2025
Prezadas leitoras, caros leitores — A estratégia é essa mesmo. Assoberbar, atordoar e saturar. Diariamente, a gestão de Donald Trump oferece ataques a diferentes pilares da potência que o elegeu, e é exaustivo tentar acompanhar e discernir quais merecem mais atenção. Pois este Meio elegeu um deles para dissecar na Edição de Sábado: o assalto trumpista às universidades americanas. A escolha do alvo não é gratuita e nem surpreende. O anti-iluminismo tende a centrar fogo nos berços de conhecimento porque ele, por sua vez, funciona como vacina ao autoritarismo. Há mais por trás dessa opção: há o desejo de controlar integralmente o discurso e vencer, por fim, a declarada guerra cultural. Com a chantagem financeira e um certo cansaço da população da postura das elites acadêmicas, Trump tem tido sucesso nas trincheiras. Falando em trincheiras, o aparentemente inofensivo recurso do ChatGPT que transforma fotos em desenhos no estilo do Estúdio Ghibli provocou uma intensa patrulha na esquerda contra o uso da inteligência artificial generativa. Será que os conservadores vão dominar essa ferramenta como dominaram as redes sociais? E nesta semana veio a público uma ação da Abin espionando computadores de autoridades paraguaias. A mais recente trapalhada da arapongagem brasileira deixa uma dúvida: o que faz a Abin e para que ela serve? Tudo isso na Edição de Sábado, exclusiva para assinantes premium, que recebem ainda o Meio Político e têm acesso aos documentários e programas de nossa plataforma de streaming. O que está esperando? Assine já! Os Editores. | | Tarifaço de Trump causa caos nos mercados globais Donald Trump tentou batizar a data em que anunciou suas tarifas comerciais para todo o planeta de "Dia da Libertação", alegando que os Estados Unidos vinham sendo "saqueados" por nações "amigas e inimigas". Para a revista britânica The Economist, o nome mais apropriado para a ocasião seria "Dia da Ruína". Segundo o veículo, o anúncio das novas taxas, feito na véspera por Trump, representa "o erro econômico mais profundo, prejudicial e desnecessário da Era Moderna". Um erro comparável ao desastre histórico da Grande Depressão – abalo econômico global que teve origem nos Estados Unidos, em 1929, com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York. De acordo com a revista, a guerra comercial do presidente americano é sustentada por premissas falsas. Ao afirmar que o déficit comercial enfraquece o país, Trump ignora que isso reflete uma escolha doméstica na qual os americanos consomem mais do que produzem. As tarifas, dessa forma, não trarão trilhões de dólares para o país, como o republicano garantiu no Rose Garden, na Casa Branca, em seu discurso. Na verdade, as medidas encarecerão os produtos que os americanos importam, além de reduzirem a competitividade da indústria dos EUA e de distorcerem as cadeias globais. (Economist) A reação às medidas foi imediata. O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, disse que o país vai aplicar tarifas retaliatórias de 25% sobre veículos fabricados no país vizinho em resposta aos impostos de importação sobre automóveis estrangeiros anunciados por Trump. Já o presidente francês, Emmanuel Macron, pediu que empresas europeias suspendam investimentos nos Estados Unidos "até que as coisas sejam esclarecidas". E a China, taxada em 54%, pediu aos EUA que "cancelem imediatamente" as tarifas, prometendo retaliação – a começar por medidas contra o gás e produtos agrícolas importados dos Estados Unidos. (Bloomberg) Um dos sinais de alerta veio da Organização Mundial do Comércio (OMC), que em outubro passado previa crescimento de 3% do comércio mundial em volume para 2025. Com o tarifaço, a entidade estima que as exportações e importações no mundo sofrerão contração de 1% em volume. Para a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, o tarifaço desmorona o sistema global de comércio, baseado em regras comuns, ao impor tarifas ditas recíprocas para negociar bilateralmente com cada parceiro. (Valor) As chamadas "Sete Magníficas", como são conhecidas as maiores empresas de tecnologia dos Estados Unidos – Nvidia, Tesla, Microsoft, Meta, Apple, Alphabet e Amazon – perderam coletivamente mais de US$ 1 trilhão em ações nas negociações desta quinta-feira, de acordo com análise da CNBC. É um marco impressionante de como as tarifas de Trump prejudicaram os mercados financeiros. (CNBC) Uma das companhias mais atingidas, a Apple viu suas ações despencarem mais de 9%, maior queda em valor de mercado (US$ 314 bilhões) da história da empresa em um único dia. O tarifaço atinge diretamente a cadeia produtiva da Apple, com taxas que variam de 26% a 54% sobre produtos vindos da China, Índia, Taiwan e Vietnã, centros de fabricação da empresa – só a China monta 90% de todos os iPhones, que podem ficar 43% mais caros se o custo for repassado aos consumidores. Caso a empresa tome essa decisão, um iPhone 16 Pro Max de 1 TB, vendido nos Estados Unidos por US$ 1.599, passará ao valor de US$ 2.300. (Financial Times e Reuters) Falando em queda nas ações, as bolsas de Nova York desabaram. Foi o pior dia em Wall Street desde março de 2020: o Dow Jones caiu 3,98%, o S&P 500 recuou 4,84% e o Nasdaq, 5,41%. Durante viagem no Air Force One, Trump foi questionado se tinha uma mensagem para as empresas americanas preocupadas com as tarifas. Sua resposta: "Acho que tudo vai dar certo". Na Ásia, Xangai e Hong Kong se livraram de um possível tombo por um feriado, mas o Nikkei, do Japão, caiu 2,75%. Pela Europa, as bolsas operam também no vermelho, com destaque para queda de 3,17% do FTSE MIB (Itália) e 1,74% do DAX (Alemanha). (New York Times e InfoMoney) A tensão não ficou restrita ao mercado acionário. O petróleo tipo brent caiu quase 7%, para US$ 69,82, pressionado tanto pelo temor de desaceleração global quanto pelo anúncio da Opep+ de que aumentará a produção em maio. O bitcoin também recuou forte, com retração 5,5% e voltando à faixa dos US$ 81 mil, enquanto o Ethereum e outras criptos seguiram o movimento de baixa. (Poder 360 e CNN Brasil) Já no Brasil, o cenário foi mais tranquilo. O Ibovespa oscilou bastante, mas fechou com leve queda de 0,04%, aos 131.140 pontos. O dólar, por sua vez, caiu 1,23% e encerrou cotado a R$ 5,62. (InfoMoney) E o governo Lula não pretende retaliar os Estados Unidos por enquanto, segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Ele afirmou que o Brasil continuará apostando em "diálogo e negociação". (Estadão) Jonathan Last: "Demorou apenas 71 dias para Trump destruir a economia americana, ferir mortalmente a Otan e destruir a ordem mundial liderada pelos americanos. Ele fez isso com o apoio entusiasmado de todo o partido republicano e movimento conservador. Ele fez isso com o apoio de uma diversidade de eleitores americanos. Ele não escondeu suas intenções, fez campanha com base nelas. Ele disse aos americanos que trairia nossos aliados e desistiria de nossa posição de liderança no mundo". (The Bulwark) Lawrence H. Summers: "Agora está claro que a administração Trump calculou tarifas recíprocas sem usar dados tarifários. Isso é para a economia o que o criacionismo é para a biologia, a astrologia é para a astronomia ou as ideias de Robert F. Kennedy Jr. são para a ciência das vacinas. A política tarifária de Trump faz pouco sentido mesmo se você acredita na economia de mercado protecionista". (X) O PL fracassou na tentativa de conseguir o apoio dos líderes partidários à tramitação com urgência do projeto que anistia os golpistas presos no 8 de Janeiro e que pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro. O partido ainda irritou aliados no Centrão com a estratégia de obstruir votações para forçar o apoio à anistia, um dos motivos que levaram os líderes a não aderirem ao pedido de urgência. Resta agora à legenda de Bolsonaro partir para o corpo a corpo com cada deputado para conseguir os 257 votos necessários. (Globo) Nova pesquisa da Genial/Quaest aferiu o cenário eleitoral para as eleições presidenciais de 2026. O presidente Lula (PT) tem 44% da preferência e venceria com folga todos os adversários testados num eventual segundo turno, aparecendo em empate técnico no limite da margem de erro de dois pontos apenas com Jair Bolsonaro (PL), que tem 40%, mas está inelegível. Para 62% dos entrevistados, porém, o atual presidente não deveria tentar o quarto mandato. Entre os nomes cotados para herdar o capital eleitoral da direita caso Bolsonaro siga inelegível, Tarcísio de Freitas (15%), Michelle Bolsonaro (14%) e Pablo Marçal (11%) aparecem empatados dentro da margem. A pesquisa também testou a rejeição dos presidenciáveis: Lula e Bolsonaro empatam com 55% cada. (g1) Meu IA IA, meu ioiô Marcelo Martinez  | | Acompanhar notícias pode ser desgastante, mas com o Meio você fica bem-informado sempre – e sem gastar muito tempo. Mas além do essencial do dia, assinantes premium recebem a Edição de Sábado, com análises originais para você poder conversar com qualquer pessoa, em qualquer lugar. 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(g1) O ministro da Educação, Camilo Santana, determinou que sejam divulgados imediatamente os resultados sobre alfabetização omitidos a mando do presidente do Inep, Manuel Palácios. O instituto havia decidido não divulgar os dados do 2º ano do ensino fundamental da última edição do Saeb, que traz informações sobre a capacidade dos alunos de ler e escrever. Camilo estaria contrariado com a medida do Inep, que causou desgaste à pasta e ao governo Lula. O motivo do engavetamento seriam diferenças entre os resultados do Saeb e de outro instrumento criado pelo governo para mensurar a qualidade da alfabetização. (Folha) A Petrobras trava uma batalha contra o Ibama pela licença ambiental para explorar o bloco 59 na margem equatorial brasileira, uma região rica em biodiversidade localizada entre o Rio Grande do Norte e a Guiana Francesa. A estatal insiste que faria apenas uma perfuração sem trazer grandes riscos ambientais. Mas uma investigação do InfoAmazonia afirma que a autorização seria utilizada como uma "cortina de fumaça" para abrir toda a região para ser explorada por petroleiras. Uma análise com dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP) mostra que a costa entre o Amapá e o Maranhão abriga 321 blocos, dos quais 25 já foram concedidos para Shell, BP, Brava Energia, Prio e Petrobras. Entre 1970 e 2024, ao menos um quarto dos 155 poços perfurados na margem equatorial foram interrompidos por acidentes mecânicos durante as buscas por óleo. (InfoAmazonia) | |  | O arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer (1907-2012) deixou obras marcantes em todo o país e em diversas partes do mundo, mas alguns de seus trabalhos nunca saíram do papel. Treze desses projetos não realizados, que incluem um teatro, um estádio e até uma ponte coberta sobre o Grande Canal de Veneza, estarão expostos na mostra Modernismo Audacioso, apresentada pela galeria Etel na Semana de Design de Milão, entre 8 e 13 de abril. (Folha) Meio em vídeo. Quase 40 anos separam a estreia da refilmagem de Vale Tudo de sua versão original. Em 1988, o país ainda engatinhava nos primeiros anos da redemocratização quando deu o grande passo ao criar uma Constituição que prometia liberdade, divisão dos poderes e direitos sociais. O Brasil era uma zona, só quem viveu sabe, lembra Mariliz Pereira Jorge em De Tédio a Gente Não Morre. Assista! (YouTube) Para ler com calma. Inaugurado em 1931, o histórico Studio One da Abbey Road ganhou uma reforma que durou seis meses. Com foco na preservação de sua acústica, não houve nenhuma redecoração ou mudança de estilo, mantendo a reverberação da sala de 450 metros quadrados em 2,3 segundos, a mesma da década de 1970. A maior parte das atualizações ocorreram na sala de controle. Ao longo de sua existência, o estúdio já recebeu artistas como Adele, Maria Callas, Igor Stravinsky e as trilhas sonoras de filmes como Star Wars, Harry Potter e Wicked, e jogos como Call of Duty e Final Fantasy. (AP) | |  | Meninas que utilizam TikTok e Instagram sentem mais o impacto negativo dessas redes sociais em sua saúde mental do que os meninos. É o que sugere um estudo das universidades espanholas Pompeu Fabra e Oberta de Catalunya publicado na Revista De Comunicación. Os pesquisadores indicam que o resultado pode ser explicado pelo uso mais intensivo entre elas, que também se sentem mais pressionadas pela imagem e aparência física que apresentam nessas plataformas, além de terem uma necessidade maior de aprovação. A pesquisa contou com a participação de 1.043 adolescentes espanhóis de 12 a 18 anos (50,5% meninas e 49,5% meninos), que avaliaram o impacto das mídias sociais em nove aspectos de sua vida social. (Globo) Enquanto boa parte das redes sociais tenta prender seus usuários com rolagem infinita e conteúdo viciante, o seven39 vai na contramão. Todos os dias, às 19h38 no horário da costa leste dos EUA, um e-mail avisa que a plataforma experimental está aberta. A partir das 19h39, começa a contagem regressiva e são só três horas para acessar. Depois disso, o site fecha. Criada por Mark Lyons, a plataforma tem como proposta reunir pessoas reais num horário específico, criar uma sensação de presença coletiva e eliminar o FOMO (fear of missing out, ou medo de estar perdendo algo). Não há anúncios, repostagens ou algoritmo. O feed é cronológico, com limite de 200 caracteres, e lembra a internet do início dos anos 2000. A experiência já reúne cerca de 3 mil usuários. (The Verge) Meio em vídeo. Pedro Doria e Cora Rónai falam sobre a propaganda da Vivo que alerta sobre o relacionamento abusivo entre as pessoas e os celulares. Na avaliação deles, esse é um caminho inteligente da empresa diante de um cenário em que questões de saúde mental relacionadas ao uso do smartphone estão crescendo. Assista. (YouTube) | | Está chegando a hora! Já já nossa festa começa no #Central100, uma comemoração aos 100 episódios do Central Meio. Às 12h15 estaremos ao vivo no YouTube, no X e no Instagram, junto a convidados especiais, para analisar o noticiário e celebrar com vocês. Teremos surpresas, sorteio e condições especiais para quem ainda não conhece nosso conteúdo premium. Coloque o alarme, chame os amigos e venha sextar com a gente. | | Ainda não é assinante do Meio? Faça sua inscrição no nosso site. Não custa nada: www.canalmeio.com.br | | | | | | |
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