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6 de março de 2024

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Trump e Biden vencem fácil na Superterça

Já é praticamente certo que a eleição presidencial americana de outubro vai repetir a disputa de 2020 — com a diferença de qual dos candidatos ocupa a Casa Branca. O presidente democrata Joe Biden e seu antecessor, o republicano Donald Trump, venceram com facilidade ontem a chamada Superterça, quando seus partidos realizaram eleições primárias em 15 estados. Biden não tem concorrentes, e Trump, segundo estimativas, já conquistou 92% dos delegados necessários para ser confirmado na convenção de seu partido. Mas os resultados não vieram sem sinais de alerta. Virtualmente fora do páreo na disputa republicana, a ex-governadora Nikki Haley conseguiu em Vermont sua segunda vitória — a primeira foi na capital, Washington – e obteve em quase todos os estados uma margem de 30% dos votos. São eleitores republicanos que rejeitam Trump, um contingente que pode ser decisivo numa eleição tão polarizada. O ponto final para a candidatura de Haley deve acontecer no próximo dia 12, quando Georgia, Havaí, Mississippi e Washington (o estado) realizam suas primárias e assembleias. (CNN)

Confira os resultados por estado. (AP)

A despeito da vitória fácil de Biden, o voto de protesto por conta do apoio americano a Israel segue assombrando o presidente. Em Michigan, há uma semana, 13% dos eleitores democratas escreveram "descomprometido" na cédula, indicando que não apoiam o presidente. A expectativa é que um número ainda maior repita o protesto em Minnesota, por exemplo. E, segundo pesquisas, o fenômeno não está restrito à comunidade muçulmana, abrangendo principalmente os eleitores jovens. Biden precisa reconquistar esses descontentes, uma vez que o voto nos EUA não é obrigatório. (Politico)

Com Trump praticamente garantindo a vaga na eleição, a disputa no Partido Republicano passa a ser pelo posto de vice-presidente em sua chapa. Nos últimos quatro dias, os participantes da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês), um dos principais eventos da direita nos EUA, discutiram esse assunto. Dos debates e apostas, seis nomes surgiram com mais força, liderados pela governadora de Dakota do Sul, Kristi Noem, e pelo empresário Vivek Ramaswamy. Não há garantia de que Trump vá escolher alguém da lista, mas mostra a tendência dentro do campo conservador. (BBC)

Stephanie Ruhle: "A questão além de 'Para onde vão os votos de Haley?' é 'Para onde vai o dinheiro de Haley?'. Ela tem doadores de peso e, quando sair, eles também sairão. Alguns podem votar contrariados em Biden, mas não vão abrir-lhe a carteira. Outros, sem admitir publicamente, votarão em Trump, mas ninguém vai vê-los assinar cheques." (MSNBC)

Ronald Brownstein: "As disputas deste início de 2024 mostraram que uma minoria substancial de eleitores com tendência republicana continua resistente à visão de Trump. Mesmo apresentando vitórias tão convincentes, ele tem enfrentado dificuldades com eleitores com formação universitária e moderados". (CNN)

Boicotadas pelo governo israelenses, as negociações para um cessar-fogo em Gaza, realizadas no Cairo, terminaram ontem sem um acordo. O grupo terrorista Hamas apresentou aos mediadores sua proposta, incluindo, além do cessar-fogo, o envio de ajuda humanitária em larga escala para Gaza e a autorização para que os moradores do norte do território voltem para casa. Israel boicotou o encontro no Egito por não ter resposta à exigência de que o Hamas apresentasse uma lista com os reféns tomados nos atentados de 7 de outubro. (Guardian)

As investigações sobre o planejamento de um golpe para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder azedaram as relações entre o Exército e a Polícia Federal. Monica Gugliano conta que os militares reclamam, por exemplo, de ficarem sabendo pela imprensa de detalhes do depoimento do ex-comandante da Força general Marco Antonio Freire Gomes. "Esses inquéritos estão sob sigilo apenas para nós", disse um oficial. A tensão aumenta à medida que novos depoimentos comprometem mais profundamente Bolsonaro e ameaçam envolver outros militares. (Estadão)

E a atual cúpula das Forças Armadas atua para blindar o ex-ministro da Defesa e ex-comandante do Exército Paulo Sérgio Nogueira, conta Bela Megale. Para protegê-lo, os militares destacam que a pasta da Defesa era de "natureza política" e que, por ser um quadro do governo, ele estaria "mais suscetível" às pressões e ordens do então presidente. Em depoimento à PF, Freire Gomes implicou diretamente Bolsonaro e Nogueira na trama golpista. Ministros do Supremo Tribunal Federal também têm uma imagem negativa do general. (Globo)

Um dos principais focos no inquérito da PF, o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto tem negado a interlocutores ter pressionado militares da ativa a aderirem ao plano, conta Jussara Soares. A PF obteve mensagens de celular nas quais ele se refere a Freire Gomes como "cagão" e ao ex-comandante da FAB Carlos de Almeida Baptista Júnior como "traidor da pátria". Os dois, segundo a PF, foram contra o golpe. Braga Netto, que foi candidato a vice de Bolsonaro, alega que não tinha cargo no governo e que só cobrava dos colegas uma resposta para concluir a transição. (CNN Brasil)

Cada ideologia se apropria da História e a reconta de acordo com o que lhe serve no avanço da própria causa. Conforme o aniversário de 60 anos do golpe militar se aproxima, e especialmente desde o cinquentenário, em 2014, esse pedaço do passado brasileiro desponta como objeto da disputa ideológica. Entender essa contenda é fundamental para analisar o momento atual. E é isso que faz nosso colunista Christian Lynch no Meio Político, que chega com exclusividade aos assinantes premium a partir das 11h. Assine!

Eleito governador de São Paulo pelo Republicanos, Tarcísio de Freitas deve deixar o partido em breve e ir para o PL, de Jair Bolsonaro. Os dois conversaram sobre o assunto no último dia 25, quando houve um ato na Avenida Paulista a favor do ex-presidente. Um dos argumentos para a mudança de Tarcísio, já mirando as eleições de 2026, seja para a reeleição em São Paulo ou uma eventual candidatura a presidente, é o fato de o PL ter o maior fundo partidário, por ter elegido o maior número de deputados, 99, em 2022. Por ser ocupante de cargo majoritário, Tarcísio pode deixar o Republicanos quando quiser. (Poder360)

A ida ao ato na Paulista e seu discurso de lealdade "credenciaram Tarcísio como o número 1 de Bolsonaro", afirmaram assessores a Andréia Sadi e Daniela Lima. "Ele não pode estar em outro partido assim." (g1)

Enquanto isso... Jair Renan Bolsonaro decidiu seguir o exemplo do pai e dos irmãos e entrar para a política. Como conta Lauro Jardim, o filho Zero Quatro vai se filiar ao PL de Santa Catarina para tentar uma vaga como vereador em Balneário Camboriú em outubro. A escolha do estado não é aleatória. Em 2022, 69,27% dos catarinenses votaram no ex-presidente 69,27%. (Globo)

Sem boia

Orlando Pedroso

A nova rodada do esporte favorito dos brasileiros já começou e você não pode ficar de fora. Eleições 2024! Nunca uma eleição para prefeito foi tão federalizada e polarizada. Quer saber como as peças do xadrez político estão se movendo este ano com olhos em 2026? Então assine o Meio Premium. Nossa Edição de Sábado traz reportagens instigantes e esclarecedoras que você não vai ver em outro veículo.

Viver

O governo de São Paulo decretou ontem estado de emergência por causa da dengue. A decisão foi tomada após o estado atingir nos últimos dias 300 casos confirmados para cada 100 mil habitantes, além de 31 mortes – outras 122 ainda estão em análise. Já o Ministério da Saúde vai permitir que o público-alvo da campanha de imunização contra a dengue seja ampliado para adolescentes até 14 anos. A pasta deve divulgar uma nota técnica hoje orientando estados e municípios. Até então, apenas crianças de 10 a 11 anos deveriam ser vacinadas. A medida atende a um pedido de diversos estados devido à baixa procura pelo imunizante nos postos de saúde. A ministra Nísia Trindade disse que a pasta vai intensificar a divulgação da campanha vacinal, que deve chegar às escolas neste mês. (g1 e Folha)

Após quase 15 anos de debates, um comitê com mais de 20 cientistas de diversas áreas rejeitou a decretação de que o planeta entrou no Antropoceno, a era geológica marcada pelos efeitos diretos da ação humana. Com isso, continuamos no Holoceno, era geológica iniciada há cerca de 11,6 mil anos, com o último recuo das grandes geleiras. A rejeição, porém, não significa falta de reconhecimento do peso da atividade humana, mas ausência de consenso sobre o início das mudanças radicais que ela provocou. A proposta derrubada estabelecia o início do Antropoceno como a metade do século 20, com o desenvolvimento das armas atômicas. "Isso restringe, estreita e diminui a importância do Antropoceno", diz o geólogo dinamarquês Jan A. Piotrowski, integrante do comitê. (New York Times)

A agência atmosférica e oceânica americana (Noaa) informou ontem que o planeta está prestes a passar pelo quarto evento de branqueamento em massa de corais. O fenômeno é causado pelo aquecimento dos oceanos, podendo causar a morte de extensas áreas de recifes tropicais. Biólogos marinhos estão em alerta máximo após meses seguidos de calor recorde nas águas, impulsionado pelas mudanças climáticas e pelo El Niño. O branqueamento ocorre quando os corais expulsam as algas coloridas que vivem em seus tecidos, ficando pálidos e vulneráveis a doenças. Esses corais são grandes berçários de peixes e outras espécies, sendo importantes para economias baseadas em pesca e turismo. (Folha)

Cultura

Em vias de completar 95 anos de vida e 80 de carreira, Fernanda Montenegro estreia nesta sexta-feira no Rio A Cerimônia do Adeus, leitura do livro homônimo lançado em 1981 pela filósofa francesa Simone de Beauvoir sobre os últimos anos do marido e também filósofo Jean-Paul Sartre. E estará presente nas telas em agosto com Vitória, longa de Breno Silveira que a traz como personagem-título, além de ter participado das filmagens de Ainda Estou Aqui, novo projeto do cineasta Walter Salles. (Folha)

Considerada a maior honraria da arquitetura mundial, o Prêmio Pritzker 2024 foi para Riken Yamamoto por seu "estilo tranquilizador", anunciaram ontem os organizadores. Entre seus principais trabalhos estão a Universidade Nagoya Zokei, no Japão, e o The Circle, no aeroporto de Zurique, na Suíça. Yamamoto foi escolhido "principalmente por nos lembrar que na arquitetura, assim como na democracia, os espaços devem ser criados pela vontade do povo". (Globo)

O João Rock anunciou a programação completa de sua edição que acontece em 8 de junho em Ribeirão Preto (SP). O palco principal terá algumas novidades, como o encontro entre Emicida e Pitty, além das apresentações de Paralamas do Sucesso, Samuel Rosa, CPM22, Marina Sena e Detonautas. O Palco Brasil será todo voltado a atrações inéditas no evento com shows de Lulu Santos, Ney Matogrosso, Djavan, 14 Bis e Novos Baianos. Já o Palco Aquarela terá apenas mulheres, como Duda Beat, Maria Gadú e Negra Li. Ebony é o destaque do Palco Fortalecendo a Cena, dedicado ao rap. Os ingressos começaram a ser vendidos ontem com preços entre R$ 220 e R$ 980. (Rolling Stone)

Cotidiano Digital

Milhares de usuários das redes sociais da Meta em diversos países relataram problemas ontem, com o Brasil registrando mais de 30 mil reclamações para o Instagram e 40 mil para o Facebook no site Downdetector. Por volta das 15h, a Meta informou que havia corrigido a falha que começou por volta das 12h30. O diretor de comunicações da Meta, Andy Stone, disse que a instabilidade foi provocada por um problema técnico, sem dar detalhes. (g1)

Enquanto isso... os danos em cabos submarinos no Mar Vermelho estão causando problemas nas redes de telecomunicações, forçando os fornecedores a redirecionar até um quarto do tráfego entre Ásia, Europa e Oriente Médio, incluindo o de internet. Esses cabos subaquáticos são a força invisível que impulsiona o ciberespaço, sendo muitos deles financiados por gigantes de tecnologia, como Meta, Google e Amazon. (CNN)

O Google anunciou ontem mudanças em seus serviços, com o objetivo de se adequar à nova Lei de Mercados Digitais (DMA, na sigla em inglês) da União Europeia. Agora, o Google vai permitir que as empresas promovam seus apps em aplicativos de terceiros e lojas rivais. Também será possível usar sistemas de pagamento alternativos ao Google Play. A companhia também anunciou alterações nos resultados de pesquisa do Google. (Reuters)

Meio em vídeo. Elon Musk resolveu processar a OpenAI, dona do ChatGPT. Segundo o bilionário, a empresa de Sam Altman traiu os princípios que a governavam. Pedro Doria e Cora Rónai explicam que diretrizes eram essas e por que Musk afirma que a companhia se transformou em "uma subsidiária da Microsoft". (Youtube)

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