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28 de maio de 2024

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Magda defende explorar petróleo em 'novas fronteiras'

"O esforço exploratório dessa empresa tem que ser mantido, tem que ser acelerado." A afirmação foi feita ontem por Magda Chambriard em sua primeira entrevista após assumir, na sexta-feira, a presidência da Petrobras, substituindo Jean Paul Prates. "Temos que tomar muito cuidado com a reposição das reservas, a menos que a gente queira aceitar o fato de que podemos voltar a ser importadores, o que para mim está fora de cogitação", disse. Em sua fala inicial, citou a necessidade de encarar a transição energética, mas destacou o papel das novas fronteiras — como a Margem Equatorial do Amazonas — no futuro da estatal, uma política combatida por ambientalistas dentro do próprio governo. (Folha)

A nova presidente também afirmou que a Petrobras tem de ser rentável e atender aos interesses dos acionistas, sejam eles privados ou governamentais. "Nós vamos respeitar a lógica empresarial. Não há como gerir uma empresa dessas sem respeitar a lógica empresarial. Dando lucro, sendo tempestivo, atendendo aos interesses tanto dos acionistas públicos quanto dos privados, nós vamos fazer", afirmou. "Se existe uma coisa que eu tenho certeza e garanto é que essa empresa vai dar muito lucro. Se tem lucros, tem dividendos. Nós queremos ter lucros." (g1)

Mais cedo, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que, enquanto o país discute a exploração de petróleo na Margem Equatorial, a Guiana está extraindo o óleo em região que deveria ser explorada pelo Brasil. "Nossos irmãos da Guiana estão chupando de canudinho as riquezas do Brasil, estão explorando na divisa, em um bloco adquirido no governo Dilma. Não podemos desrespeitar contratos. É direito do povo brasileiro conhecer suas riquezas", disse. O projeto, no entanto, é contestado pelo Ibama. (Folha)

Silveira também disse que está otimista com Magda à frente da Petrobras. E afirmou que o governo é quem deve definir os rumos da estatal. "Somos controladores e não podemos nos envergonhar disso." (CNN Brasil)

Enquanto isso... a Petrobras recorreu ao Supremo Tribunal Federal sobre a decisão do ministro Dias Toffoli que derrubou todos os processos e investigações contra o empresário Marcelo Odebrecht na Lava Jato. A empresa quer esclarecer se as investigações iniciadas a partir do acordo de colaboração do executivo podem ser reabertas pelo Ministério Público. (Estadão)

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal ouça o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa em até cinco dias. O delegado, preso desde 24 de março sob acusação de ter planejado a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), suplicou por um depoimento, enviando um bilhete a Moraes no verso de uma intimação, entregue a um oficial de Justiça na Penitenciária Federal de Brasília. Há um mês, ele já havia pedido ao ministro para prestar depoimento à PF. Na ocasião, afirmou que ainda não foi ouvido pelos investigadores, mesmo com ordem judicial. (Globo)

Sem contar com qualquer articulação de senadores governistas e em uma Casa esvaziada, foi realizada ontem uma audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça do Senado sobre a Proposta de Emenda à Constituição que pode abrir caminho para a privatização do litoral brasileiro. Flávio Bolsonaro (PL-RJ) é o relator e trabalha pela aprovação do texto, que transfere os terrenos de marinha, que pertencem à União, a estados, municípios e até para a iniciativa privada. No debate, o senador recebeu apoio de grande parte da tropa oposicionista, mas ficou isolado diante dos técnicos do governo, de entidades privadas e de representantes da sociedade civil que não querem a aprovação da emenda. (Meio)

A Polícia Federal investiga o suposto envolvimento do senador Romário (PL-RJ) e do vereador carioca Marcos Braz (PL), vice-presidente de Futebol do Flamengo, em um esquema de desvio de verbas na prefeitura do Rio. Os nomes deles surgiram na delação premiada do empresário Marcus Vinícius Azevedo da Silva, que chegou a ser preso em 2019, acusado de desvio de dinheiro de projetos sociais na gestão do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos). Segundo o empresário, Braz, na época secretário Municipal de Esportes, recolhia o dinheiro desviado por ONGs e o usava "em benefício de Romário". Em nota, o senador disse que a delação tem "narrativa vaga e imprecisa". (UOL)

O Meio Político antecipou para os assinantes premium, na semana passada, a edição de um artigo dos cientistas políticos Steven Levitsky e Lucan A. Way. A íntegra desse texto sobre a resiliência das democracias é um dos seis artigos do Journal of Democracy em português, publicado pela Plataforma Democrática (Fundação FHC e Centro Edelstein de Pesquisas Sociais), que, além de estudos traduzidos da edição americana, traz ainda dois artigos inéditos, um que relaciona as crises climática e da democracia e outro sobre a integração da África nas finanças internacionais. Democraticamente, é um conteúdo gratuito. Confira!

Meio em vídeo. Bolsonaro já não é presidente faz um ano e meio e a gente continua lendo, nas redes, aqueles slogans que se repetem. Não se tolera os intolerantes. Se há dez pessoas numa mesa, um nazista senta e ninguém se levanta, então existem 11 nazistas à mesa. Mas tem um problema aí, sabe? Veja o que pensa Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

Pressionado por duras críticas internacionais, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou ontem que o ataque que matou ao menos 45 pessoas no campo de refugiados de Jabaliya, em Rafah, na Faixa de Gaza, foi "um acidente trágico", mas não deu sinais de conter a ofensiva israelense na região. Em discurso ao Parlamento, ele disse que Israel tentou minimizar as mortes de civis pedindo aos habitantes de Gaza que deixassem a região. "Apesar do nosso esforço supremo para não prejudicar civis não envolvidos, ocorreu um trágico acidente", afirmou. Netanyahu acusou o Hamas de se esconder entre a população em geral: "Para nós, cada civil não envolvido que é ferido é uma tragédia. Para o Hamas é uma estratégia. Essa é toda a diferença". (New York Times)

O bombardeio provocou indignação. O presidente francês, Emmanuel Macron, classificou o ataque como "ultrajante", especialmente por acontecer dias após a Corte Internacional de Justiça (CIJ) determinar que Israel interrompa as operações militares na cidade. Rafah abriga atualmente mais de 1 milhão de refugiados. Chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell se disse horrorizado e lembrou que as decisões da CIJ devem ser respeitadas por todos os países. Mesmo o Reino Unido, que vem mantendo uma relação mais próxima com Israel, divulgou nota dizendo não apoiar "operações militares em Rafah sem um plano claro de proteção aos civis". (CNN)

Curte os vídeos do canal do Meio no YouTube? Então temos uma boa notícia: ele vai crescer bastante este ano. Está crescendo. Em junho estreamos um novo programa, o Diálogos com a Inteligência, em parceria com a Insight. Em breve iremos inaugurar estúdios em São Paulo e Brasília. Quer ver mais entrevistas, documentários e conversas com gente importante da política e cultura? Então assine o Meio Premium para que a gente produza ainda mais.

Viver

O Exército afastou ontem militares que espalharam na noite de domingo um alarme falso de inundação em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A população do bairro de Mathias Velho, atingido violentamente pelas enchentes das últimas semanas, foi orientada por militares da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada a deixar suas casas devido ao suposto rompimento de um dique, que não ocorreu. Segundo a prefeitura de Canoas, o Exército admitiu um "erro de procedimento" por partes de seus homens. (g1)

O nível do Guaíba voltou a ficar abaixo dos 4 metros ontem, embora ainda acima da faixa de inundação, de 3 metros. A previsão é de cheia duradoura nos próximos dias, com possibilidade de elevação das águas diante das chuvas prevista para esta semana. (Folha)

O Ministério da Educação aprovou um parecer do Conselho Nacional da Educação que determina o cumprimento de 50% da carga horária no formato presencial em cursos de licenciatura à distância. As instituições terão dois anos para se adequar às novas regras. A medida vinha sendo debatida pelo governo para arrumar o ensino superior à distância, que se espalhou pelo país principalmente durante a pandemia de covid-19. Segundo o Censo da Educação Superior, 81% dos matriculados em cursos de licenciatura em 2022 eram na modalidade EAD. (CNN Brasil)

Desde que o Conselho Federal de Medicina publicou uma portaria restringindo o acesso ao aborto legal para mulheres com mais de 22 semanas de gestação, a Defensoria Pública de São Paulo atendeu ao menos duas grávidas vítimas de violência sexual que tiveram o acesso ao procedimento negado. Uma delas chegou a ser rejeitada por três hospitais na capital, tendo de ser obrigada a ouvir os batimentos cardíacos do bebê, além de perder na Justiça a autorização para a cirurgia, após a nova norma do CFM. Ela só conseguiu realizar o aborto legal em outro estado com o apoio de uma ONG. (Folha)

Panelinha no Meio. Nem só de fritura vive (metaforicamente falando, claro) a sardinha. O simpático peixinho é versátil e se presta a preparos mais complexos no paladar, com esta versão: assada com tomates coquetel (ainda presos na rama), limão-siciliano e bastante tempero.

Cultura

A Bienal do Livro de São Paulo iniciou a venda de ingressos ontem com a divulgação dos primeiros autores confirmados para a edição que ocorre entre 6 e 15 de setembro, no Distrito Anhembi. Entre eles estão o americano Jeff Kinney, criador da série infantojuvenil Diário de um Banana, o autor do best-seller Café com Deus Pai, Junior Rostirola, o jornalista Raul Juste Lores, que lançou uma edição atualizada de São Paulo nas Alturas, além do biógrafo de Ayrton Senna, Ernesto Rodrigues. Serão cerca de 350 autores nacionais e 33 internacionais para um público estimado de 600 mil pessoas. As entradas custam entre R$ 17,50 (meia) e R$ 35 (inteira) e têm cashback de R$ 10 a R$ 15 para ser usado na compra de livros durante o evento. (Globo)

Após fechar sua loja no Conjunto Nacional, da Avenida Paulista, em meio ao processo de falência, a Livraria Cultura anunciou ontem um novo endereço na avenida Angélica, 1212, em uma casarão no bairro de Higienópolis, região nobre de São Paulo. A companhia fechou suas portas em abril, por uma ordem de despejo movida pelos proprietários do imóvel na Paulista, que cobram uma dívida de R$ 15 milhões em aluguéis atrasados desde 2020. A Cultura chegou a ter falência decretada em fevereiro do ano passado pelo Superior Tribunal de Justiça, mas uma liminar do ministro Raul Araújo reverteu a decisão, quatro meses depois. (Folha)

Agentes do FBI entraram na investigação para a apurar a venda a colecionadores dos Estados Unidos do que seriam peças desviadas do acervo do Museu Britânico, um dos maiores do mundo. No ano passado, a direção da instituição denunciou que cerca de 1.500 joias antigas, pedras preciosas e outros itens haviam desaparecido ou sido danificados. Alguns deles chegaram a ser oferecidos em sites como o eBay. Desde então, 626 peças foram recuperadas, e outras 100 localizadas – estima-se que o FBI tenha ajudado a encontrar 268 desses itens. (BBC)

Cotidiano Digital

Empresa de inteligência artificial de Elon Musk, a xAI recebeu US$ 6 bilhões em uma rodada de investimentos, que deve ser usada para lançar os primeiros produtos da startup no mercado, construir infraestrutura e acelerar a pesquisa. Até o momento, a xAI disponibilizou o Grok, seu chatbot de IA, para usuários da rede social X que assinam o X Premium. Entre os investidores desta rodada estão a Sequoia Capital e o príncipe saudita Al Waleed bin Talal. (The Verge)

George Lucas, criador de Star Wars, foi um dos diretores que mais apoiou o uso de novas tecnologias no cinema. Aos 80 anos, segue atento às mudanças tecnológicas da indústria cinematográfica. A IA é a principal delas. Para o ex-diretor, ela tornou mais fácil a criação de filmes, mas são necessários instrumentos para regulá-la e evitar que seja usada "para o mal". "Temos que fazer isso, como deveríamos ter feito no início da internet." (Globo)

Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Edimburgo estima que uma em cada 8 crianças de todo o mundo foi vítima de abuso sexual na internet. Ao todo, 302 milhões de menores (12,6%) foram alvos de criminosos que capturaram, compartilharam e divulgaram, de forma não consensual, imagens e vídeos sexuais. Segundo o relatório, 12,5% foram vítimas de crimes como conversas sexuais, chantagem para não publicar fotos e vídeos, e até o uso de IA para criar imagens em atos sexuais. Nos EUA, 1 em cada 9 homens admite ter cometido, em algum momento, crime online contra menores. (Globo)

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