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31 de maio de 2024

Prezadas leitoras, caros leitores —

Na escola, a matemática é a paixão de alguns e o terror de muitos. Mesmo que a gente não perceba, a matemática está em tudo. E numa economia cada vez mais tecnológica e baseada em inovação, com inteligência artificial, algoritmos e dados presentes em todas as áreas, os matemáticos se destacam. Ter formação em matemática deixou de ser sinônimo de lecionar para crianças e adolescentes. As graduações sabem do potencial da área e preparam profissionais para buscar soluções por meio da matemática e atuar nos mais diferentes setores, de petróleo e gás a softwares. Essa transformação é o tema da Edição de Sábado desta semana.

Falando em cálculos, vamos explorar a matemática mineira do presidente do Senado, que vai comemorar o bicentenário da casa aos 198 anos. E, em Porto Alegre, trazemos as histórias dos moradores do bairro Sarandi, na zona norte da cidade, que segue debaixo d'água.

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— Os editores

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Trump é condenado por fraude

Pela primeira vez na História dos Estados Unidos, um ex-presidente é alvo de uma condenação criminal. No início da noite de ontem, um júri de Nova York considerou Donald Trump culpado de 34 acusações envolvendo fraude fiscal e falsificação de documentos para encobrir o pagamento de suborno à atriz pornô Stormy Daniels durante a campanha presidencial de 2016, a fim de que ela não revelasse ter sido sua amante. A sentença será anunciada pelo juiz Juan Merchan em 11 de julho, apenas quatro dias antes da convenção do Partido Republicano que deve confirmar a candidatura presidencial de Trump. Enquanto o veredito era lido pelo presidente do júri, diversos jurados mantiveram os olhos baixos, o que motivou os advogados do ex-presidente a pedirem ao juiz que cada jurado confirmasse individualmente o resultado. Sob o olhar direto do réu, porém, todos reafirmam a decisão. (CNN)

Em entrevista ao canal conservador FoxNews, Todd Blanche, advogado de Trump anunciou que vai recorrer do veredito, alegando que o ex-presidente não teve um julgamento justo e repetindo as insinuações de que o juiz Merchan tem posicionamentos políticos que o desqualificariam para presidir o caso. (AP)

Ao deixar o tribunal acompanhado dos advogados e do filho Eric, Trump falou rapidamente, classificando o veredito como "uma vergonha, um julgamento armado" e dizendo que pretende "lutar até o fim" contra a condenação. "Isto está longe de acabar", afirmou, antes de embarcar em um carro acompanhado de seguranças. Tão logo o veredito foi lido, a campanha de Trump disparou nas redes uma postagem onde ele se declara um prisioneiro político, reafirma a própria inocência e pede doações para "continuar lutando". Já a campanha de Joe Biden disse que o julgamento mostra que "ninguém está acima da lei", mas lembrou que, mesmo condenado, ele deve ser confirmado candidato republicano às eleições de novembro. "Só há uma forma de manter Donald Trump longe do Salão Oval: as urnas", publicou o porta-voz da campanha democrata. (BBC)

De fato, ter sido condenado não impede Donald Trump de concorrer novamente à Casa Branca ou mesmo, se eleito, tomar posse em janeiro do ano que vem. A Constituição dos EUA não impõe qualquer restrição a candidaturas à presidência, exceto a necessidade de o postulante ser maior de 35 anos, ter nascido no país e lá vivido por pelo menos 14 anos. Não será a primeira vez, aliás, que um condenado concorre ao mais alto cargo dos EUA, embora seja o primeiro com chances reais de vencer. (Politico)

Para ler com calma. A sentença de Trump só será conhecida no dia 11 de julho, mas as diversas possibilidades – de multa a encarceramento – já levantam dúvidas sobre como lidar com um presidente/candidato condenado. Em prisão domiciliar ou com uma tornozeleira eletrônica, ele poderá viajar para eventos de campanha? Se for para a prisão, continuará a ter agentes do Serviço Secreto fazendo sua segurança, direito de todos os ex-presidentes? (Washington Post)

E, como não poderia deixar de ser, os memes tomaram conta das redes. (Indy100)

Frank Bruni: "Trump passou muito de sua vida e toda sua carreira política se preparando para um momento como o atual. Construindo cuidadosamente e repetindo incessantemente a narrativa de que forças querem derrubá-lo, que usarão qualquer truque para isso e que acusações delas não devem ser ouvidas. Aos olhos de muitos eleitores, este processo prova a perseguição e é mais uma razão para que ele [Trump] e eles sigam em frente." (New York Times)

Sandra Cohen: "A condenação, a cinco meses das eleições, passa a ditar o ritmo da campanha. Espera-se, até lá, que o ex-presidente e seus aliados intensifiquem o trabalho para semear dúvidas sobre a condenação e usar a narrativa de vitimização. E que Joe Biden fixe, por repetição, a marca de condenado em Trump. As pesquisas sugerem que o veredito inédito terá pouca influência no voto do eleitor-raiz de Trump; dificilmente, ele mudará de ideia. Mas numa eleição disputada como esta, o rótulo de criminoso deverá pesar entre os indecisos." (g1)

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a restrição à saída de presos com bom comportamento de penitenciárias em datas comemorativas. Na terça-feira, o Congresso derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao trecho que proibia a chamada saidinha para que detentos visitassem a família. Pela nova norma, presos só podem deixar a cadeia para atividades educacionais, mudança que, na visão da OAB, fere a dignidade humana e dificulta a reintegração social dos detentos. A entidade deve apresentar ao STF uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF). (CNN Brasil)

Derrotado do Congresso, o Planalto, quer ficar distante da polêmica das saidinhas e, por ora, não pretende recorrer ao STF. Na quarta-feira, o ministro do Supremo André Mendonça determinou, ao julgar uma ação, que a mudança na lei não pode retroagir, valendo apenas para quer ingressar de agora em diante no sistema penitenciário. Nos bastidores, a avaliação do Planalto é de que a decisão de Mendonça torna a nova regra sem efeito por enquanto, ao mesmo tempo em que iniciativas como a da OAB e de outras entidades questionam a constitucionalidade da lei. Sem se envolver diretamente na judicialização do tema, o Executivo espera evitar novos desgastes com o Legislativo. (Meio)

E o líder o governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), a derrubada de vetos que vão contra a agenda conservadora é a realidade vivida no Legislativo. "Se o ministro da articulação política fosse o presidente da Câmara (Arthur Lira, do PP-AL) e o líder do governo no Congresso fosse o presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG, à frente do Senado), eu duvido que eles conseguiriam (manter os vetos)", afirmou. Randolfe ressaltou, porém, que vetos relativos à agenda econômica foram todos mantidos pelos parlamentares. (CNN Brasil)

Milhares de pessoas se reuniram ontem no Campo de Marte para a edição paulista da Marcha para Jesus, que não escapou do tom político. Candidato à reeleição, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) compareceu cedo e chegou a cantar. Também estiveram presentes os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), apontados como potenciais candidatos presidenciais da direita em 2026. Mas, ao contrário do que aconteceu na versão carioca da marcha, o governo federal também esteve presente. O ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, que é evangélico, entregou uma carta do presidente Lula, lida no evento, ressaltando "o papel vital" das igrejas na ação social e no suporte espiritual ao fiéis. (g1)

Meio em vídeo. A frase "Olavo tem razão" voltou a ganhar o noticiário e as redes sociais por causa de uma entrevista do escritor, filósofo, Francisco Bosco, ao jornal Estado de S.Paulo. Ele comentava a falta de pluralidade de pensamento nas universidade e foi atacado por ter dado voz ao guru da extrema direita brasileira. Veja o que pensa Mariliz Pereira Jorge na coluna De Tédio a Gente Não Morre. (YouTube)

O bicho pegou

Tony de Marco

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Viver

Um mês depois do início das enchentes, o Rio Grande do Sul ainda sofre. Em Porto Alegre, a água que foi retirada por bombas para fora do bairro Sarandi está voltando por conta de um buraco de 10 metros no dique na Zona Norte. A estrutura, que deveria proteger a população, rompeu e ruas da região estão com casas submersas há 27 dias. Já no bairro Arquipélago, o recuo das águas revelou a devastação. O acesso até a Ilha da Pintada está comprometido, com a entrada principal com correnteza na pista. O sedimento do rio, composto de areia, argila e rocha, foi arrastado e invadiu pátios de casas, com dunas chegando a 1,5m. (g1 e GZH)

Enquanto isso... Os voos comerciais na Base Aérea de Canoas devem dobrar de 35 para 70 por semana, uma vez que o Aeroporto Internacional Salgado Filho está fechado por conta das enchentes. São 113 voos semanais com destino ao Rio Grande do Sul, menos do que Porto Alegre ofertava diariamente. Com isso, para junho, já há voos lotados. Pela alta demanda e dificuldade em manter a oferta, as passagens chegaram a aumentar até 50%. (g1)

No futuro, as cidades serão mais sustentáveis e agradáveis graças ao verde urbano. A tendência crescente de urban greening envolve a criação de jardins verticais, telhados verdes e parques urbanos, transformando áreas cinzentas ou vazias em espaços ecológicos. Os esforços melhoram a qualidade do ar, reduzem a temperatura e promovem o bem-estar mental dos moradores. Essa transformação urbana já está impactando positivamente a saúde das crianças. Um estudo publicado na Nature Sustainability (leia o artigo completo aqui) mostra que a proximidade com áreas verdes melhora o desenvolvimento cognitivo e reduz o risco de problemas emocionais e comportamentais. Crianças e adolescentes que vivem perto de florestas têm maior desenvolvimento cognitivo e menor risco de problemas mentais. Portanto, o planejamento urbano que inclui áreas verdes pode ser crucial para o desenvolvimento saudável das próximas gerações. (Ecodebate)

Cultura

Questões de sexo e gênero foram tabus ao longo de quase toda a história do cristianismo. Coincidentemente, essa combinação complicada marca três dos filmes que estrearam esta semana nos cinemas: o terror Imaculada, sobre uma freira grávida; o drama Disfarce Divino, sobre a descoberta de que o falecido padre de uma paróquia era uma mulher; e o documentário Toda Noite Estarei Lá, sobre a luta de uma mulher trans para ser aceita em uma igreja neopentecostal. Para aliviar, Meu Sangue Ferve Por Você conta a (verdadeira) história de amor entre Sidney Magal e sua esposa. Confira no site do Meio todas as estreias e veja os trailers. (Meio)

Em um 30 de maio como ontem, só que em 1431, Joana D'Arc era queimada viva em Rouen, condenada por heresia. A camponesa que se havia liderado o exército francês contra os ingleses na Guerra dos Cem Anos é um dos mais emblemáticos símbolos da força feminina. São muitas camadas em torno de sua história, da camponesa que se torna guerreira, da herege que, 300 anos depois, é considerada santa. Joana D'Arc moldou tanto o arquétipo da guerreira que uma outra mulher de origem popular, Maria Quitéria, tornada líder no campo de batalha durante a Guerra da Independência do Brasil, recebe o apelido de Joana D'Arc brasileira. Meio conversou com a pesquisadora Isabelle Anchieta, autora de Revolucionárias: Joana d'Arc e Maria Quitéria, sobre a importância e paralelo entre essas duas mulheres notáveis. (Meio)

Cotidiano Digital

Foi-se o tempo em que telefones eram quase indestrutíveis. Agora, basta uma queda num ângulo certo para o smartphone se estilhaçar. Para mostrar como a Apple garante a durabilidade dos iPhones, o influenciador de tecnologia Marques Brownlee visitou os laboratórios onde os testes são realizados antes do lançamento e postou todos os vídeos. Testes com jatos d'água de baixa pressão, mangueira de incêndio direcionada ao iPhone e um robô que derruba o aparelho de diversas formas e em diferentes superfícies. Esses testes asseguram que o iPhone 15 obtenha a certificação IP68, garantindo resistência à água doce em até 1,5m por até 30 minutos e proteção contra poeira. Brownlee também questionou John Ternus, vice-presidente de Engenharia de Hardware da Apple, sobre a dificuldade de reparo dos iPhones. Ternus explicou que a Apple se concentra mais em fabricar um produto altamente confiável, em vez de um que seja menos confiável, porém simples de consertar. (Yahoo)

Após fechar acordos recentes com grandes grupos de mídia, como News Corp, Axel Springer e Financial Times, a OpenAI anunciou novas parcerias com The Atlantic e Vox Media para treinar seus modelos de IA e compartilhar conteúdo no ChatGPT. Os termos e os valores dos contratos não foram divulgados. Os artigos do Atlantic e do grupo Vox Media, que inclui The Verge, Vox, New York Magazine, Eater e SBNation, vão receber links de atribuição quando forem citados pelo chatbot da OpenAI. Os acordos também devem oferecer segurança jurídica à companhia de Sam Altman contra processos por direitos autorais. (The Verge)

Marina Silva, Marcelo Freixo, Orlando Silva, Míriam Leitão, Eduardo "Peninha" Bueno. Esses são alguns dos nomes que participam das entrevistas do Conversas com o Meio. São programas imperdíveis, que só conseguimos produzir graças ao apoio valioso de nossos assinantes premium. Assista!

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