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6 de junho de 2024

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Lira desenterra projeto que pode salvar Bolsonaro

Em uma manobra que pode abrir caminho para anular a delação do tenente-coronel Mauro Cid, que envolveu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em diversas investigações da Polícia Federal, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), desenterrou o projeto de um ex-deputado petista para invalidar colaborações de réus presos. O texto, conta Bernardo Mello Franco, foi apresentado em 2016 pelo então deputado Wadih Damous (PT-RJ), atual secretário Nacional do Consumidor, para anular delações de empreiteiros presos pela Lava-Jato. Se antes o principal beneficiário seria Lula, agora quem tem a ganhar é Bolsonaro, delatado por Cid. Surpreendidos com a manobra, deputados do PT tentam convencer Lira a adiar a votação da urgência. Mas o presidente da Câmara ironizou: "Vocês eram a favor disso… agora são contra?". (Globo)

A urgência acabou não sendo votada ontem porque a sessão foi suspensa depois de a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) passar mal e ser hospitalizada na UTI. (UOL)

Segundo Damous, o texto está sendo usado "oportunisticamente". "Eu pensei que tudo isso já tivesse arquivado. É de se perguntar ao atual presidente da Câmara por que na época ele não assinou um requerimento de urgência, como agora está assinado", indagou. Mas, para Damous, mesmo se aprovado, o projeto só vale para casos novos. "Isso é uma matéria processual, só vale dali para frente, caso vire lei. Mas efetivamente é um projeto apresentado dentro de um contexto, o da Lava Jato, que não tem nada a ver com o contexto atual." (Folha)

Paralelamente, o PL se mobiliza para reverter a inelegibilidade de Bolsonaro, determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral. Como revela Malu Gaspar, o partido, que tem a maior bancada da Câmara, condiciona seu apoio a qualquer candidatura à presidência da Casa à aprovação de uma anistia a ele e a todos os presos e réus ligados à tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. Até o momento, apenas Elmar Nascimento (União Brasil-BA) sinalizou que aceitaria o acordo, mas a expectativa dos bolsonaristas é que os demais candidatos à sucessão de Lira vão aderir. (Globo)

Bruno Boghossian: "Até as paredes do Congresso sabem que a ideia de anistiar os presos de 8 de janeiro seria a inauguração de uma farra que incluiria o próprio Bolsonaro. A pressa e a criatividade sugerem que o ex-presidente não está disposto a esperar um julgamento. Falar em anistia é estender um tapete vermelho para que os golpistas voltem e terminem o serviço." (Folha)

E a PF afirma já ter provas de que Bolsonaro tinha pleno conhecimento de que joias presenteadas pela Arábia Saudita estavam sendo vendidas nos EUA em vez de serem incorporadas ao acervo da presidência, conta Bela Megale. O ex-presidente deve ser indiciado, juntamente com outros participantes da negociação. (Globo)

O "jabuti" da chamada "taxação das blusinhas" voltou a ser incluído no projeto que cria o programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que dá incentivos à indústria automotiva. Em votação simbólica, o Senado rejeitou a supressão do trecho que prevê alíquota de 20% de Imposto de Importação sobre bens de até US$ 50. Na véspera, o relator do Mover no Senado, Rodrigo Cunha (Podemos-AL), havia retirado a taxação do e-commerce do projeto, já aprovado pela Câmara, por considerá-la um "corpo estranho" ao texto original. E gerou atrito com o presidente da Câmara, Arthur Lira, pois a alíquota havia sido acordada entre governo e deputados. Apesar da aprovação da taxação, outras mudanças no texto foram feitas por Cunha. Por isso, o projeto volta para os deputados, que podem reincluir os trechos retirados. (Estadão)

A Câmara só vai deliberar novamente sobre pontos alterados pelo Senado. Não é o caso da taxação dos importados. Portanto, essa parte vai para sanção do presidente Lula, que pode manter ou vetar. Confira quanto custarão as compras internacionais com o fim da isenção de impostos até US$ 50. (g1)

Meio em vídeo. Existe um conflito aberto no interior do governo Lula: é entre o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, e o da Fazenda, Fernando Haddad. O Congresso já é de oposição. Se o governo ainda trabalha rachado, fica difícil. Assista ao Ponto de Partida, com Pedro Doria. (YouTube)

Por 12 votos a 5, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados arquivou ontem o processo contra André Janones (Avante-MG) por quebra de decoro parlamentar. Ele é acusado de "rachadinha" em seu gabinete, mas nega. Há três semanas, o relator Guilherme Boulos (PSOL-SP) apresentou parecer defendendo o arquivamento do caso. Para ele, "não há justa causa" para o prosseguimento do processo. Em seu voto, Boulos argumentou que as denúncias começaram antes do atual mandato de Janones, iniciado em 2023. (CNN Brasil)

A sessão foi marcada por confusão. Parlamentares de oposição se dirigiram a Janones aos gritos de "rachador" e "covarde". E o parlamentar reagiu, partindo para cima de Nikolas Ferreira (PL-MG) e Zé Trovão (PL-SC), trocando empurrões e insultos. Além disso, entre os vários bate-bocas, Boulos e Pablo Marçal (PRTB), ambos pré-candidatos à prefeitura de São Paulo, também se enfrentaram. (g1)

Assistir à final da Champions League em Wembley foi para poucos. Entre os sortudos estava o ministro Dias Toffoli, que testemunhou o jogo entre Real Madrid e Borussia Dortmund, no último sábado, como convidado do camarote do empresário Alberto Leite, dono da FS Security. Questionado pela coluna de Lauro Jardim, o ministro afirmou que passagens, hospedagem e outras despesas foram pagas por ele. Mas se recusou a informar se houve gastos com segurança. Já Leite negou que Toffoli tenha ido ao jogo como seu convidado, mas confirmou que o encontrou e posou para foto ao lado dele – postada e apagada de suas redes sociais. Leite patrocinou em abril o 1º Fórum Jurídico Brasil de Ideias, também em Londres, reunindo nomes como Alexandre de Moraes, Paulo Gonet e o próprio Toffoli. (Globo)

Meio em vídeo. No Conversas com o Meio, a professora de Relações Internacionais da Unifesp, Cristina Pecequilo, explica a Flávia Tavares a situação de Donald Trump e Joe Biden na disputa pela Casa Branca. Pela primeira vez, o país terá um debate no primeiro semestre do ano eleitoral. Ela aborda a divisão do eleitorado latino, a importância dos que não tem compromisso com um dos candidatos, quem se mantém fiel ao republicano mesmo depois de sua condenação e como o atual presidente lida com as questões de Israel e a guerra da Ucrânia. Assista! (YouTube)

No Brasil, Estados Unidos, Índia, Hungria, Israel, Polônia e outros países, o nacionalismo religioso tem surgido como um componente explosivo no debate político. No caso brasileiro, assim como nos EUA, a fusão de um cristianismo de viés conservador com a ideia de uma identidade política nacional e controle da democracia desafia os analistas e todos os que desejam uma sociedade mais plural. Nesta quinta-feira, às 19h, em uma transmissão ao vivo no Youtube do Meio, o pastor e teólogo Ronilso Pacheco, a jornalista Anna Virginia Balloussier, e os cientistas políticos Ana Carolina Evangelista e Guilherme Casarões conversam sobre o que é o nacionalismo cristão e qual a sua real dimensão e impacto na política brasileira.

Viver

No Dia Mundial do Meio Ambiente, o presidente Lula e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, assinaram ontem um pacto pela Prevenção e Controle de Incêndios com governadores de estados do Cerrado e da Amazônia. O governo teme que a estiagem nos dois biomas cause um aumento nos focos de incêndios. Marina comparou a situação extrema nessas regiões com a tragédia no Rio Grande do Sul, por serem fenômenos potencializados pelas mudanças climáticas. E destacou a necessidade de antever os problemas para mitigar os efeitos em vez de somente reagir aos desastres. Ao todo, o governo federal assinou 14 medidas para a proteção do meio ambiente. (UOL)

Para ler com calma. O aquecimento do planeta, que tem batido sucessivos recordes, também é notado nos oceanos. Nas últimas duas décadas, o aumento na temperatura da água tem ameaçado a vida marinha e quem mora em áreas costeiras. O Atlântico Sul e toda a costa brasileira registraram alta de 2°C acima da média histórica, contribuindo para uma série de catástrofes climáticas no país, em especial, as chuvas intensas que ocorreram em regiões como o litoral Norte de São Paulo, o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul. (O Eco)

E um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial mostra que há 80% de probabilidade de a temperatura de ao menos um ano entre 2024 e 2028 exceder temporariamente em 1,5°C os níveis pré-industriais. (Meio)

Pela primeira vez em seis anos, o Brasil conseguiu reduzir o desperdício de água tratada, mas ainda está longe da meta estabelecida pelo Ministério do Desenvolvimento Regional. Estudo do Instituto Trata Brasil, mostra que, em 2022, 37,8% de toda a água potável produzida no país se perderam antes de chegar aos usuários, uma melhora frente aos 40,3% do ano anterior. A meta considerada aceitável pelo ministério é de 25% de perda. A região Norte tem o maior desperdício (46,9%), enquanto o Sudeste tem o menor (34%). (g1)

Panelinha no Meio. Super simples de fazer, a lasanha de berinjela combina sabor e leveza e pode ir do freezer para o forno. Aqui, a receita para fazer uma porção individual, ideal para quem tem fome e pressa.

Cultura

Pelas mãos de Guel Arraes, Grande Sertão: Veredas, clássico de Guimarães Rosa, é transportado do interior do Brasil no início do século 20 para a periferia de uma grande cidade na principal estreia de hoje nos cinemas. Will Smith e Martin Lawrence voltam em mais um filme dos Bad Boys, enquanto o galã Chris Pine (par romântico de Gal Gadot em Mulher Maravilha) debuta na direção com a história de um sujeito que só queria cuidar da piscina e se vê lutando contra a corrupção. Confira no site do Meio todas as estreias e veja os trailers. (Meio)

A Netflix vai lançar um filme baseado no best-seller O Diário de Um Mago, de Paulo Coelho. O anúncio foi feito em um painel na Rio2C, evento da indústria criativa, que acontece no Rio de Janeiro, e contou com um vídeo do próprio autor. Uma minissérie baseada em Pssica, do paraense Edyr Augusto, também será produzida para o streaming com direção de Fernando Meirelles e seu filho Quico. A trama contará a história de três personagens que acreditam ser vítimas de uma maldição. O roteirista-chefe é Bráulio Mantovani, responsável por textos de sucessos como Cidade de Deus e Tropa de Elite. (Folha)

Paulo Ricardo conseguiu uma ordem judicial que impede seu ex-colega e guitarrista Fernando Deluqui de usar o nome RPM (Spotify) em suas apresentações. Segundo o cantor, com as mortes do baterista Paulo Pagni, em 2019, e do tecladista Luiz Schiavon, em 2023, o grupo atual é apenas um cover. Na sentença, a juíza Luciana Alves de Oliveira proibiu o uso do nome por entender que a banda está "absolutamente desfigurada e que isso implica em clara desvalorização da marca". (Rolling Stone)

Cotidiano Digital

Buscando acompanhar os avanços na área de inteligência artificial, a Apple deve anunciar em sua Conferência Anual de Desenvolvedores uma parceria com a OpenAI para integrar o ChatGPT ao seu sistema operacional. Apesar de ainda não ter sido anunciado, o acordo foi fechado porque a OpenAI ofereceu melhores condições comerciais que o Google, além de a companhia de Tim Cook acreditar que a dona do ChatGPT tem o melhor serviço. Além disso, uma integração da IA do Google no iPhone poderia dar a impressão de que uma de suas maiores rivais teria lhe superado nessa importante área da tecnologia. A parceria pode ser provisória, já que a Apple costuma internalizar a produção de produtos tecnológicos, como fez com seus processadores, ao substituir os chips da Intel por próprios. (Bloomberg Línea)

A Boeing lançou ontem astronautas da Nasa ao espaço, tornando-se a segunda empresa privada a prestar esse serviço, ao lado da SpaceX, de Elon Musk. Dois pilotos de teste decolaram a bordo da Starliner rumo à Estação Espacial Internacional e devem chegar hoje, após 25 horas de viagem. Eles permanecerão uma semana no local. A decolagem foi considerada um sucesso, após duas contagens regressivas canceladas e anos de atrasos no projeto, causados por falhas na espaçonave, como problemas nos paraquedas e no sistema de propulsão. (AP)

A Austrália anunciou ontem que desistiu do processo contra a rede social X para remover as imagens de um esfaqueamento em uma igreja de Sydney em abril. A comissária do regulador de segurança online, Julie Inman-Grant, disse que a ação foi interrompida após "múltiplas considerações". "Nosso único objetivo e foco ao emitir nosso aviso de remoção foi evitar que essas imagens extremamente violentas se tornassem virais, potencialmente incitando mais violência e infligindo mais danos à comunidade australiana." A plataforma comemorou a decisão, se dizendo "animada ao ver que a liberdade de expressão prevaleceu". (CNBC)

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